É comum pais apresentarem dúvidas sobre como educar seus filhos da melhor maneira. Questões como “posso colocá-lo de castigo? Como valorizar meu filho? Não consigo fazer meu filho me obedecer!” aparecem frequentemente na clínica de psicologia e mesmo em conversas de amigos. Apesar de existirem tantas dúvidas, não há um manual ou receita para a “educação perfeita”. Apesar disso, existem sim dicas e estilos parentais que podem ajudar nas difíceis decisões que envolvem a criação e o desenvolvimento das crianças e adolescentes.

É importante saber que as relações familiares e as práticas parentais são grandes responsáveis não só pela qualidade da interação familiar, mas também pelo desenvolvimento – ou não – de repertórios adequados dos filhos.

“As práticas parentais correspondem a comportamentos definidos por conteúdos específicos e por objetivos de socialização, incluindo estratégias usadas para suprimir comportamentos considerados inadequados ou para incentivar a ocorrência de comportamentos adequados (Alvarenga, 2001; Darling & Steinberg, 1993). Diversas são as práticas educativas parentais, as pesquisas na área ajudam a mostrar quais dessas práticas são mais positivas para o desenvolvimento de crianças e adolescentes.” (Weber, L.N.D, 2006).

É essencial, para o bom desenvolvimento de um filho, que haja além de relacionamento afetivo, ou seja, demonstrações de amor e carinho, também a presença de regras e limites impostos pelos pais. E que, acima de tudo, todos consigam cumprir os combinados pré-estabelecidos.

Parece complicado, não é mesmo? Como conciliar a supervisão de regras e ao mesmo tempo ser carinhoso e afetuoso?

Um grande facilitador para essa árdua tarefa dos pais é a boa comunicação entre eles e os filhos! Vale lembrar que boa comunicação aqui não é o pai falar e o filho ouvir e obedecer, mas sim um diálogo entre as duas partes, no qual há expressão de opiniões, disponibilidade de ouvir e incentivo a falar sobre as dificuldades enfrentadas.

Podemos resumir algumas características importantes em três principais Estilos Parentais: Autoritário, Permissivo e Autoritativo.

“Darling e Steinberg (1993) propuseram o entendimento de estilo parental como o contexto em que os pais influenciam seus filhos através de suas práticas de acordo com suas crenças e valores, indo além da combinação entre exigência e responsividade.” (Weber, L.N.D, 2006).

Falando especificamente de cada estilo parental, temos o Autoritário como aqueles pais que são bastante exigentes e controladores, não permitindo o desenvolvimento de autonomia da criança e que usam com frequência a punição como método de controle. Do outro lado da balança há os Permissivos, que são aqueles que cobram pouca responsabilidade das crianças e baseiam a relação pais-filhos com excesso de reforçadores positivos não contingentes. No saudável equilíbrio, existe o estilo parental mais adequado, chamado de Autoritativo, no qual há presença de regras e limites, ou seja, o desenvolvimento de responsabilidade da criança, porém há também muito afeto e aceitação por parte dos pais.

É importante lembrar que os pais apresentam-se sempre como modelo para seus filhos: se os filhos são agressivos, procure observar se os pais também emitem algum comportamento de agressividade; se os filhos são ansiosos, vale questionar a ansiedade também dos pais; e se os filhos são responsáveis e carinhosos, provavelmente os pais também o são.

Educar um filho e ajudá-lo a se desenvolver de forma adequado não é nada simples. É uma tarefa complexa e que exige muita dedicação dos pais! É preciso aprender a ensinar e educar, contudo, com boas orientações e disposição, é possível ser um ótimo modelo para as crianças e melhorar de forma significativa a interação familiar!


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REFERÊNCIAS

Alvarenga, P. (2001). Práticas educativas parentais como forma de prevenção de problemas de comportamento. Em H. J. Guilhardi (Org.), Sobre Comportamento e Cognição (vol. 8, pp. 54-60). Santo André: ESETec Editores Associados.

Darling, N. & Steinberg, L.(1993). Parenting style as context: An integrative model. Psychological Bulletin, 113, 487-496.

Weber, L.N.D., Salvador, A.P.V. & Brandenburg, O.J. (2006). Medindo e promovendo qualidade na interação familiar. Em H.Guilhardi & N. Aguirre familiar (Orgs.), Sobre comportamento e cognição: expondo a variabilidade Vol. 18 (pp. 25-40). Santo André: Esetec