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Leticia Coleoni

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O experimento em Gestalt-Terapia

Postado em 2 de junho, 2014

sala de atendimento para terapia

Você já ouviu falar de experimento em Gestalt-terapia? Este é o assunto que abordarei brevemente neste artigo.

Perls, um dos representantes da Gestalt não acredita que o experimento nesta abordagem teórica da Psicologia tenha o mesmo significado que tem na Psicologia Experimental (situação laboratorial controlada). O experimento gestáltico, como salienta Filho (2002) em seu livro, é uma oportunidade, favorecida na situação psicoterápica, conduzida pelo terapeuta, na qual o cliente vai experienciar algo, tornando-se, a um só tempo, sujeito e objeto para a investigação.

O papel do terapeuta, segundo o mesmo autor, seria o de catalisador, isto é, um facilitador, um indicador, para que uma reação se efetue. Ele não participa do composto; é apenas um desencadeador. Ao longo do trabalho vivencial, fica de prontidão para dar continuidade ao fluxo relacional do cliente.

Um experimento é um ato criativo, uma peça única, irrepetível. Nasce da particularidade individual do cliente e evolui segundo os desígnios da intuição e da técnica do condutor. É um trabalho a quatro mãos, guardadas as especificidades do papel de cada um. O objetivo do experimento é favorecer ao cliente a substituição de seu habitual controle e deliberação por excitação e contato, de modo a favorecer a aquisição de algo novo. (FILHO, 2002, p. 36)

De fato, a novidade do experimento não está tanto em suas finalidades, mas na forma como são empreendidas. A novidade está no método, o qual requer, entres outras coisas, uma compreensão particular dos papéis do psicoterapeuta e do cliente no trabalho psicoterápico.

Cabe ao terapeuta explorar ao máximo os clientes com capacidade para se submeter ao experimento, porque isso fará com que o cliente entre em contato com o seu sofrimento, um dos objetivos da Gestalt-terapia. Sem contar que muitos clientes que tem dificuldade de verbalizar o seu sofrimento, através do experimento poderão se conscientizar do seu modo de pensar, sentir e agir.

Referência:

FILHO, Alberto Pereira Lima. Gestalt e sonhos. 2. ed. São Paulo: Summus, 2002. P. 30-52.

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